segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Acordada.

E quem diria que seria fácil?
Fingir, machucar, pensar e não poder voltar?
Quem aqui, entre vós, sabe o que é sentir e ter que seguir?
Quem aqui nunca angustiou, amargou, remoeu e expurgou pra dentro?
A ansiedade que consome o ser e faz ele todo se remexer, se contorcer como numa dor arranhada...
Num só grunhido apelo por aquilo que desconheço; por aquilo que vejo chegando, por aquilo que tenho medo, por aquilo que não sei querer mas não sei deixar.
Quero dançar nas pontas dos pés, me ter na palma da mão; fechá-la pra eu não fugir de mim.
Não deixar escorrer a idéia pelos dedos, pelos olhos, pela língua, pelas narinas!
Quem aqui, senhores... e senhoras... Quem aqui não quer só por querer? Quem aqui nunca experimentou o doce gosto ácido do egoísmo?
Quem não desejou mal? Quem nunca desejou bem? Quem num sopro não resumiu uma prece?
Quem não é bom? Quem não é mal?
O grande mistério, senhores... e senhoras, tambem... é não ser, não haver questão, não haver vazio. É não haver.
Vou deixar pra trás...
Porque não me importa mais, porque não posso fazer mais nada... ou simplesmente porque chega uma hora que cansa. Chega de textos frustrantes, tristes e chorosos de uma mocinha idílica.
É, chega sim. Porque eu não sou dona da felicidade e nem quero viver sorrindo mas não quero seguir chorando.
Ô coração tolo, dá uma ajuda aí! Porque se re-apaixonar? Pra que procurar abrigo numa casa com goteira? E pra que procurar aquilo que não quer se encontrado?
Ô coração, vê se aprende que nem sempre te querem. E não é por você não ser querido... É que não tem espaço, é que não tem horario, é que não tem lugar, é que não tem amor.
E eu não mando em você,né? Mas a gente podia chegar a um acordo; nada de "é assim que eu quero e é assim que vai ser!" como você sempre faz. Deixa eu decidir dessa vez e eu prometo que vai ser bom pra nós dois. Eu prometo que você não vai mais tombar, tropeçar ou se arranhar. E eu não vivo de falsas promessas, eu cumpro. Como eu vou cumprir te deixar de castigo!
Ai, deixa eu jogar nesse time, coração! Você só me usa pra recolher os caquinhos... Os teus caquinhos!
Bem, coração... Já dei meu recado... Tô cansada, tô sem forças, tô beirando a desistencia.
Não tenho nem mais ânimo pra ser triste, não tenho ânimo.
Não vou olhar pra trás.

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