sábado, 13 de fevereiro de 2010

Desconfio.

E vindo cheia de especulações, dúvidas e me questionando sem cansar (já que nem cansaço eu tinha mais), dei de cara com ela vindo toda bamba; ora ia pedendo pra um lado, ora ia pendendo pra outro...
Ela estava concentradíssima no que estava fazendo, prestava atenção em tudo: no quebra-mola, na roseira, nos carros estacionados e quando passou do meu lado tão devagar (com medo de cair) quanto meus passos, eu só consegui dizer: "Que linda! Sem rodinhas!" . E ela toda orgulhosa, sorriu mais pra si do que pra mim: "Obrigada!"; ela ia de encontro a alegria e felicidade sem se questionar pelo simples prazer de sentir coragem.
Aprendi que coragem não é ausencia de medo mas o fato de arriscar e se jogar! Sem medo, sem pudores, sem culpa, pelo simples fato de se livrar!
Se livrar de tudo aquilo que foi, se livrar dos pesamentos "que serão", se livrar de si mesmo
pra apenas ser e viver!
Ser intenso em cada detalhe da parte tornando o todo ousado! Ousada na forma de inspirar, expirar, transpirar você...
É sentir prazer em coisa boba, coisa pequena que deixa de ser boba e pequena porque engrandece o coração; é sentir teu peito te guiar, é sentir o pulsar!
Eu sinto esse prazer de querer, de ser corajosa! Que sorri orgulhosa de si!
Ora vou pra um lado, ora vou pra outro mas sigo na mesma direção.
Não importa se chorei, não importa se vou sorrir, o importante é que emoções eu vivo!
Sou aquela que anda sem rodinhas!
Nem sempre me entendi.
Mas também nunca liguei muito pra isso; acho que seria pretensão demais.
Sabe quando se vê um carretel tão embolado que até desanima?
Pois é, desisti...
Ei, "eu"! Você venceu, tá?
Se é uma briga... Ah! "Eu" vence sempre, sabe me enrolar como ninguem.
E quando "eu" não consegue me enrolar, acaba fazendo eu me enrolar e ganha a discussão em questão.
Não adianta especular com "eu", que "eu" não responde nada.
"Eu" só sabe dizer: "Vive, garota chata! Pra que se perguntar tanto? Pra que conversar tanto? Pra que usar tantas palavras? Sente! Sente que vai ser apenas o que é! Sem definições (já diziam que "as definições são asfixiantes e eu gosto mesmo é de liberdade"), sem rótulos... Sente dor, não diga dor! Sente agonia, não diga agonia! Sente tesão, não diga tesão! Toca, pega, arranca, parte e toma um pouco disso aí!"
Mas disso aí o que, "eu"?
Não importa como se chama! Importa o que é! E é "eu"! Não vê?!
É tudo que precisas pra viver, é tudo que precisas pra ser... Não precisa entender!
O que quer dizer, "eu"?
Não quero dizer nada! Eu nunca quero dizer nada! Procuras querer saber demais, pensar demais, garota estúpida. Abusas da aparência e esqueces da essência.
O mundo cegou? Deformou? Abusou? Toma dele o que é teu!
Mas não me culpe pelos erros, eu sempre estive aqui! Não enxerga de tola, de bobona, de ingênua, de inútil... Dissimula uma felicidade efêmera, acha que assim ganha tempo pra me achar? Eu conheço mais do que niguem o que se passa aí dentro!
Vem se fundir a mim,vem! Olha pra trás não... O que foi bom passou, o que foi ruim passou também. Eu tô aqui esperando... mas não deixando de viver. Chega logo que essa espera tambem me mata. Saber lidar com ela não quer dizer que eu tambem não sofra!
Não quer tanto se encontrar? É só me encontrar também...
Não sou segredo a ser guardado, nem misterio que não possa ser descoberto.
Chega perto e enxerga aquilo que "é invisível aos olhos".E mais uma vez esse coração de pedra é despedaçado até virar areia. Ruiu o meu castelo e a esperança voa junto com a brisa que me refresca, que seca e esfria a quentura das lágrimas...
Sem sono, sem fome, sem paciência, sem você, sem tudo.
Escrevi uma estória sem começar.
Aprendi que o amor não é uma via de três mãos.
E dói. E não pára de doer. E não me iludo achando que vai parar. Porque essa eterna dor efêmera se delicia com cada canto de sentimento, com cada resquício de saudade, com cada apelo de carência. E sinto raiva de você, da ilusão que construí, dos sonhos que sonhei e do que vivi sem viver. Tenho raiva de você, tenho raiva de mim.
E daqui só enxergo você, só enxergo o que não fomos.
E eu? Como é que fico?
Sem vc, sem nós... só com o "eu".
E "eu" agora devia bastar mas não basta. Embora eu não queira,embora não mereça... "Você" é o bastante.
E lá se vai com vc mais uma estória, um pedaço de mim e do que eu fui pra você.
E não resta nada do que você devia ter sido pra mim. E fica a saudade do que não existiu e a nostalgia do que não houve.
E fica... E vai...

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